terça-feira, 6 de janeiro de 2009

POR QUE A FESTA DE SANTOS REIS?

O Menino-Deus adorado por Reis dotados de conhecimentos astronômicos pasmosos: cena sagrada que encantou os medievais
Em 6 de janeiro, desde os primeiros séculos, a Igreja celebra a festa da Epifania, ou seja, a visita dos Reis, também chamados de Magos ou Sábios, que foram adorar o Menino Deus.Epifania, em grego, significa manifestação, ou também revelação esplendorosa.De início, a festa celebrava-se no próprio dia de Natal. O mais antigo registro dela é do historiador romano Ammianus Marcellinus no ano 361.Foi na Idade Média, precisamente no ano de 534, que a Igreja separou as duas festas para comemorá-las com mais pompa, e fixou o dia 6 de janeiro como da Epifania ou da Adoração dos MagosA visita significou a manifestação de Nosso Senhor não somente aos judeus, mas a todas as nações da Terra, representados pelos Reis Magos.Segundo a tradição seus nomes eram Melchior, Gaspar e Balthazar (habitualmente representado como preto). Segundo São Mateus, eles vieram do Leste de Jerusalém, o que leva a pensar que fossem patriarcas, ou reis, vindos da área cultural da Caldéia.Os caldeus tinham grandes conhecimentos de astronomia, de ali que os Reis fossem também chamados de Magos, nome que no caso no contém nenhuma conotação desdourante, e também de Sábios.Conta-se que eles pertenciam a estirpes de reis locais que tiveram a intuição de que o mundo, tendo chegado a uma situação de decadência sem saída, precisaria de um Redentor que haveria de nascer dos judeus.Pelos seus cálculos astronômicos, o nascimento haveria de ser sinalizado por uma estrela no Céu.A tradição passou de geração em geração nas famílias desses reis, até que cumpriram-se os tempos.E a estrela anunciada apareceu e os guiou até Belém.Eles levaram um rico cortejo e presentes preciosos para o Salvador da humanidade.Como foi possível tanta ciência astronômica? Não houve também um auxílio sobrenatural? Qual?É fato que a arqueologia revela que povos antiqüíssimos possuíam conhecimentos que hoje a ciência mais avançada recupera com ingentes e admiráveis esforços e imensas aplicações de dinheiro e tecnologia. A matéria é ampla e apaixonante demais para tratá-la agora. O faremos mais adiante.Entrementes, eis como o episódio sagrado é descrito pelo Evangelho de São Mateus (2; 1-18):1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.
2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.3. A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2).7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido.8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo.9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.13. Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar.14. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.15. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).16. Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.17. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias:18. Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jer 31,15)!Aquelas infelizes, mas gloriosas vítimas do ódio a Jesus Cristo, rei de Israel e Redentor do mundo são lembradas pela Igreja como o Santos Inocentes.A Igreja comemora os Santos Inocentes no dia 28 de dezembro.Sobre o rei Herodes ver: Enquanto os Santos Inocentes reinam no Céu, o túmulo de Herodes segue envolto numa lembrança horrorizada ***
Tranqüilidade sobrenatural e oração diante do Menino-DeusNo afresco do famoso pintor italiano Giotto (*), Nossa Senhora, segura seu Divino Filho no colo. Ela aparece sentada numa espécie de troneto colocado sobre um estradozinho ricamente atapetado, e ricamente vestida. Para receber os Reis, compreende-se que Ela se vestiu com aparato.Atrás de Nossa Senhora aparecem um anjo, São José, santos e outras pessoas do Templo que o autor quis representar. Ou talvez sejam pessoas que no futuro contemplariam tal cena em espírito e em oração.Um dos reis adora o Menino Jesus e osculando seus pés. Os dois outros monarcas estão tranqüilos, comprazidos em oração diante de Nossa Senhora e do Menino-Deus, vendo seu irmão na realeza, adorar o Divino Infante.Estão contentes com tudo o que se passa, aguardando chegar a vez deles. Mas sem impaciência, com a tranqüilidade e a serenidade medieval, que exprimia bem a presença de Deus, o espírito e a graça divinos na alma desses personagens.Logo atrás dos dois Reis, um pagem está freando ou subjugando o camelo, para que este não crie problemas. Esse personagem é um animalis homo, sem nada de sobrenatural, de tranqüilo e sereno. É um homem bruto, agitado e prestando atenção em tudo, de nariz pontudo, de olhos saltados e mandão. Está bem à altura de um tratador de camelos.
(Fonte: Plinio Correa de Oliveira, sem revisão do autor. Catolicismo)
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